Pesquisas
De Physiognomonia Liber: considerações a respeito do ethos e da fisiognomonia em textos da Antiguidade Clássica
melina rodolpho
DOI: 10.11606/T.8.2014.tde-02062015-173435
Defesa: 16/12/2014
Banca:
Martins, Paulo (Presidente) - FFLCH
Oliva Neto, João Angelo - FFLCH
Prado, João Batista Toledo - UNESP, Araraquara
Santos, Marcos Martinho dos - FFLCH
Vieira, Brunno Vinicius Gonçalves - UNESP, Araraquara
Financiamento: CAPES
A presente tese tem, basicamente, dois objetivos principais: traduzir um tratado fisiognomônico, o De Physiognomonia Liber, de autoria desconhecida, provavelmente do século IV d.C., e ainda estudar a fisiognomonia na Antiguidade Clássica, cotejando os preceitos expostos de diferentes manuais. Há pouca informação a respeito da fisiognomonia nos textos da Antiguidade, contudo, a análise fisiognomônica era adotada como mecanismo para representar ethos ou pathos. Geralmente considerada uma techne, seu estatuto tem sido questionado porque também era um método de divinação. Inúmeros teóricos, dentre os quais estão Platão e Aristóteles, discutiam diversos aspectos concernentes à teoria fisiognomônica, tais como a influência dos humores no caráter de um indivíduo e as analogias entre os homens e os animais. A fisiognomonia relaciona-se à medicina se considerarmos a teoria dos humores e, além disso, há o método etnológico em que se atribui características específicas ao ethos de acordo com a influência do ambiente sobre os indivíduos, proposição presente no corpus hipocrático. Procuramos também observar a presença de elementos fisiognomônicos na actio retórica e na literatura da Antiguidade. É possível inferir que o emprego de conceitos fisiognomônicos compõe o que alguns teóricos chamam consciência fisiognomônica, existente já na poesia de Homero.
Baco, o simpósio e o poeta
lya valéria grizzo serignolli
DOI: 10.11606/T.8.2018.tde-06022018-121957
Defesa: 18/09/2017
Banca:
Martins, Paulo (Presidente) - FFLCH
Agnolon, Alexandre - UFOP
Cairolli, Fábio Paifer - UFF
Prado, João Batista Toledo - UNESP, Araraquara
Ribeiro, Adriano Machado - FFLCH
Financiamento: FAPESP
Recentemente, tem aumentado o interesse acadêmico nas figurações do Baco romano, que, até então, não havia recebido tanta atenção quanto o Dioniso grego. Novos estudos têm mostrado como o repertório dionisíaco proliferou no Período Augustano, produzindo novas metáforas atreladas às transformações sociais, políticas e culturais da época. Horácio, o poeta que mais desenvolveu os temas dionisíacos entre os augustanos, apresenta diversas facetas do deus em diferentes gêneros poéticos, reservando a ele um lugar de destaque em suas Odes. Esta pesquisa preenche uma lacuna nos estudos de poética latina, discutindo questões associadas a Baco e ao simpósio em Horácio, tendo em vista os papéis do deus como herói deificado, divindade simpótica e orgiástica e patrono da poesia, em associação a temas como o amor, a política, a guerra, a patronagem e a composição poética. A tese divide-se em seis capítulos: dois capítulos introdutórios em que são considerados antecedentes e aspectos gerais de Baco e do simpósio, e quatro capítulos com a análise desses temas em Horácio. No terceiro capítulo, o enfoque é sobre o furor dionisíaco como impulso poético. Nos capítulos quatro e cinco, o simpósio - presidido por Líber - é observado como um cenário metafórico em que a persona poética de Horácio relaciona-se com amantes, patronos, poetas e amigos; um lugar onde o vinho combina com política, guerra, amor, amizade e poesia. No capítulo final, são analisadas questões de composição poética associadas ao engenho e ao furor poético dionisíacos.
A Eneida de Sílio Itálico: a aemulatio e os heróis de Punica
Cynthia Helena Dibbern
DOI: 10.11606/T.8.2018.tde-05012018-112541
Defesa: 15/08/2017
Banca:
Martins, Paulo (Presidente) - FFLCH
Guarinello, Norberto Luiz - FFLCH
Leite, Leni Ribeiro - UFES
Prado, João Batista Toledo - UNESP, Araraquara
Sebastiani, Breno Battistin - FFLCH
Financiamento: FAPESP
Esta tese investiga a aemulatio empregada na construção das personagens heroicas da epopeia Punica, de Sílio Itálico. As trajetórias de Aníbal e Cipião Africano, os grandes protagonistas do poema, são construídas frequentemente com alusões ao Eneias virgiliano, num jogo de imitação também próximo daquele utilizado por Virgílio ao fazer do Aquiles homérico um modelo para duas personagens antagonistas, sendo que o verdadeiro imitador evolui ao longo de sua jornada: Cipião Africano que, embora se destaque somente nos últimos livros, reúne qualidades dos generais romanos anteriores, sintetizando virtudes republicanas e a força militar do Império. Destacam-se ainda no jogo alusivo de Sílio os modelos de Hércules e Aquiles, figuras estas também latentes no modelo do Eneias virgiliano.
Aspectos do gênero historiográfico medieval a partir da Gesta Danorum de Saxo Grammaticus
henrique verri fiebig
Em Andamento - Work in progress - Início 2016
Financiamento: CAPES
A presente pesquisa tem duplo objetivo: fornecer a primeira tradução anotada, do latim para o português, do prefácio e dos quatro primeiros livros da Gesta Danorum do historiador dinamarquês Saxo Grammaticus (c. 1150 - c. 1220) e propor um estudo do texto em questão, levando em conta sua posição no âmbito da historiografia medieval e a natureza da sua relação com os textos historiográficos antigos. No decorrer do estudo, será feita uma reflexão sobre a tipologia moderna utilizada na classificação dos gêneros e subgêneros da historiografia antiga e medieval e sobre o lugar do texto de Saxo nesta tipologia, bem como sobre os problemas que tais classificações apresentam em sua origem. Será discutida também a relação de gênero entre a Gesta Danorum e a historiografia da Antiguidade Latina, tendo como pressuposto teórico a intertextualidade, observando elementos inovadores e conservadores no texto de Saxo e na produção historiográfica medieval em geral quando confrontados com textos antigos pertencentes ao gênero. Por fim, serão discutidas as semelhanças e especificidades do trabalho de Saxo em relação à produção historiográfica medieval como um todo
O epos e suas espécies nos livros de Propércio
maria ozana lima de arruda
Em Andamento - Work in progress - Início 2019
Financiamento:
O presente projeto propõe investigar a épica em Propércio, por meio da análise das elegias em que o poeta discute esse gênero, tendo em vista que a obra do elegíaco é repleta de reflexões no tocante à épica, em função da qual muitas vezes a sua própria poesia se afirma e, portanto, pode fornecer importantes dados para a compreensão de ambos os gêneros. Nessa análise, são levadas em consideração as recentes discussões a respeito da noção de gênero poético na Antiguidade e, no que diz respeito à poesia do epos, as suas diversas espécies. As hipóteses que norteiam a pesquisa são: Propércio discute a poesia do epos de modo a definir as suas espécies ou pelo menos fornecer informações importantes a sua compreensão e ele considera as particularidades das espécies, estabelecendo diferentes relações entre elas e a sua poesia, e, dentro da sua obra, observando as variações encontradas ao longo dos quatro livros. Assim, nosso objetivo é examinar o que as elegias de Propércio revelam sobre a épica e suas espécies, bem como investigar quais relações o poeta estabelece entre cada uma delas e sua poesia, com a finalidade de conhecer melhor os dois gêneros, especialmente na literatura latina, e na obra do poeta, e contribuir com os estudos das elegias do autor que ora exploramos.